espaço para reflexão e aprofundamento das disciplinas de 'comunicação e cultura' e de 'estudos culturais' | departamento de estudos culturais e mídia | universidade federal fluminense
8.6.09
ENTREVISTA COM GEORGE YÚDICE
Economiaauto-sustentável
Emseunovolivro, “A conveniência da cultura: usos da cultura na eraglobal” (Ed. UFMG), George Yúdice tentaexplicarummundoemque gestores, produtores e curadoressãomaisimportantesque os própriosartistas.
Heloisa Buarque de Hollanda - 17 / 08 / 2005
HBH. George, suaintervençãocomointelectual é tãopolivalenteque é difíciladivinharqual foi suaformação. Afinal o quevocê estudou?
GEORGE YÚDICE.Eu estudei Química, Artes e Letras simultaneamente na Cunny University. Depois fiz mestrado e doutoradoemLetras.
HBH. Comquem?
YÚDICE. O doutorado foi com Silvia Molloy, láem Princeton, comquem fiz a tesesobre Vicente Huidobro, poeta chileno, o grandemestre de Haroldo de Campos. Depois disso, estudei também sociolingüística, coisas de sociologia e comecei a trabalharcom o grupo de Fredric Jameson.
HBH. É interessante vocêterfeito uma tesesobre Huidobro. Comoera essa tese?
YÚDICE. É umestudo semiótico muitoformal, que analisa Huidobro emrelação às vanguardasestéticas dos anos 20, 30, no contexto de Paris e América Latina. E abrange também as artes, porqueeleeraumartistamultimídia. O resultado na época foi ótimo. A tese foi publicada imediatamente e aindahoje as pessoas dizem que é muito boa. A Beatriz Sarlo falou que é a melhorcoisaescritasobreessetema.
HBH. Issomostraque nessa épocavocêjátinhasuasdúvidassobretrabalhardentro dos limitesrígidos da literatura.
YÚDICE.Claro. Mascomo Huidobro eraumpoetaemcertosmomentosmuitosistemático, toda a questãocientífica e o interessepelasemiótica vieram poraí. Maslogo fiquei cheio disso também e comecei a colaborarcom o grupo do Jameson, no final dos anos 70.
HBH. E peloque conheço de vocêsdois, esseencontrocom Jameson deve ter marcado bastantesuatrajetória. Comovocê o conheceu?
YÚDICE. Marcou muito. Tudo começou porque comecei a participar do grupo de EstudosLiteráriosMarxistas, onde o Jameson era o chefão. Ele estava em Yale e eu estava trabalhando com Stanley Aronovitch. Através desse grupo de estudos, entramos emcontatocom o pessoal de Birmingham, conhecidocomoberço dos estudos culturais. Conhecemos Stuart Hall e outrosprofissionaisque trabalhavam comummistura de Gramsci, psicanálise, história, foi incrível. Eles traziam uma novametodologiacrítica, analítica, multidisciplinar.
HBH. Essegrupo funcionava emNova York?
YÚDICE.Não, o grupo se reunia a cadaverão, emlugaresdiferentes. Todosnós pagávamos a própriapassagem e as universidades conseguiam alojamento, porque no verãonão havia alunos. E fazíamos grandesdebatesdurantehoras a fio. Foi quando os estudos culturais começam a se formarnosEstados Unidos, no início dos anos 80, quando foi lançada a primeiraversão do livroLate capitalism and marxism studies. Logodepois fizemos umsegundocongresso, em 1988, quando saiu aquele tijolão Cultural Studies. Nessa épocaeu estava trabalhando com a Social Text, uma revistaque começou em 1979 e teve bastante repercussão. Resumindo, os anos 80 foram paramimanos de muita aprendizagem, de exercício de crítica cultural e política. Foi aindapor essa épocaque migrei oficialmente da área de Letrasparaumtipo de crítica cultural, que foi batizadacomoEstudos Culturais. E eulogonão gostei dessa grife.
HBH. Porquetodomundo tem medo dessa grife?
YÚDICE.PorquenosEstados Unidos os estudos culturais viraram uma tendência de mercado, o mercadoacadêmico. Porexemplo, você pode atétentar, masnão vai conseguirpublicarumlivrosobreumautor. É impossível. Mas se você escreve sobre uma lésbica, é muitofácil. E vende bem.
HBH: E umtipo de livrocomoessequevocê está lançando, A conveniência da cultura.
YÚDICE.Essejá vendeu 5 milexemplares e está indo para uma segundatiragem. Acho queessesucesso é porqueele extrapola o universoacadêmico. Pessoasque estão mexendo emgestão cultural, multicultural estão comprando. Pessoas de estudos culturais compram, mas outras pessoas de arte, também.
HBH. Mas o George desse livronão é o dos anos 80. Há umclarosalto de local, de tema, de campo de estudos. O que chamou a suaatençãoparaseu redirecionamento para o debatemais voltado para as políticas públicas, para a discussão do Estado neoliberal, para as questões da economia da cultura?
YÚDICE. Foi a própriavirada dos anos 90 na área da cultura, era uma coisamuitoevidente. Me dei conta de quetodaculturaprecisa de umsistema de financiamento, de apoio. Eu estava também trabalhando emfundações o queme levou a meligar nesses assuntos.
HBH. Houve alguma influência do Nestor Canclini nessa virada?
YÚDICE. Houve. Eu conheci o Canclini no começo dos anos 90, emumcongressoem 1993 no México. Eleme ajudou muito nessa transição. Quando organizamos aquelecongresso no México, comvocê, inclusive, eraparafalarsobreestudos culturais nas Américas. Vieram pessoas dos Estados Unidos, do Canadá, da América Latina. Eume lembro que vi lá, pelatelevisão, que havia uma preparaçãopara o Nafta (Tratado de LivreComércio da América do Norte). Na televisão, havia propagandas do tipo "Mexicanos, vamos entrarpara o primeiromundo, não sujem as ruas, entrem no trabalho na hora". Essetipo de mensagempública. E issoeramuitoesquisito. Só comecei a falar dessas coisas no anoseguinte. Depois de fazer o contatocom o Canclini neste congresso, eleme pediu parafazerumestudo do impacto do livrecomércionosEstados Unidos. E eu fiz umensaioem 1994. Entrei na comissão da Fundação México-Estados Unidos e comecei a pesquisarmaissobreessessistemas de financiamento. NosEstados Unidos, eujátinhafeitoparte do Conselho de Arte de Nova York, e me dei conta de como funcionava essa engrenagem. NosEstados Unidos, a questãoprivada é muitomaisimportanteemtermos de financiamento do que a áreapública. Foi a partir daí que propus umprojetopara a Fundação Rockefeller sobre os impactos do fenômeno da privatização da cultura. Inclusive, publiquei, na Social Text, umensaio chamado "A Privatização da Cultura". Comecei também a fazertrabalhospráticos, nãosóestudosanalíticos, mastambém propositivos. Começou ali na metade dos anos 90. No ano de 1998, eujá escrevia textossobreessesfenômenos. Mas o livro levou muitomaistempo, porqueeutinhaquepensar nas grandes mudanças macros do mundo, paracompreender as mudanças micro de fundações, financiamentos e também na cultura. As fundações queriam queesses financiamentos tivessem uma repercussão social.
HBH. Marketingsocial?
YÚDICE. É issomasnãosóisso, há também uma preocupaçãocom a repercussão emtorno da mudança da realidade desses grupossociais. Depois, elesmesmos se deram conta de quesomente a culturanão vai necessariamente reduzir a pobreza, a culturanão tem essepoder. Os projetos culturais que pretendiam aumentar a auto-estima dos faveladosemnome de resultadosconcretoscomo a busca de formaçãoprofissional, de obtenção de empregos e trabalhosnão mostraram a eficáciaimediata pretendida.
HBH. Eu sinto quenunca houve ummomentotãobompara o intelectualcomohoje e olhaqueeu estou na cenadesde 1960... Como se formaumintelectualpúblicohoje?
YÚDICE.Eu venho percebendo isso nestes últimoscinco, seisanosatravés de minha participação emconselhos, assessorias e consultorias comempresas, com o governo, com as ONGs. Muitas pessoasqueeu achava que eram sóintelectuais da área de estudos culturais, agora estão se engajando cadavezmais messe tipo de trabalho.
HBH. Existe uma migração ótima nessa cenapública.
YÚDICE.MasinfelizmentenosEstados Unidos issonão acontece. É porissoeu prefiro trabalharcom a América Latina e com a Europa. NosEstados Unidos, os únicosintelectuaisque têm forçasão os de direita. Os outros estão muito marginalizados.
HBH. Talvezporque na América Latina há muito consolidada a tradição do intelectualcomo sendo de esquerda.
YÚDICE.Lá, elessãoquase censurados. Bom, sendo uma pessoa de esquerda, porexemplo, eu acho difícildizerque Condoleezza Rice é uma intelectual. Masela é uma acadêmica, eracolega da Mary Pratt em Stanford. Agora, ela é a grande chefona da políticaexterna dos Estados Unidos, e é umhorror...
HBH. Mas voltando ao assunto, quandovocê localiza a emergência das novas possibilidades de açãopara o intelectual do século XXI?
YÚDICE.Eu tenho uma análise no livrosobreisso. Depois da queda do muro de Berlim e da UniãoSoviética, nosEstados Unidos tornou-se difícildescobrirformas de legitimaçãopara a arte e para a cultura. Atéentão, a artenosEstados Unidos era legitimada pelaarteemsi, sempropósitosexternos, supostamente, ao contrário da artesoviética do PartidoComunista, queera uma artesocial realista. Nesses últimosanos, surge umnovotipo de arteque respondia diretamente ao sistema de financiamento, queera uma artecompropósitocomunitário, social, civil e que serviria para os fins da economia e do desenvolvimento. Era uma política de governos estaduais e municipais, de empresasprivadas, de fundações e doadores. A granavinha daí, não do âmbitofederal. Uma arte voltada para o social, paracomunidades. O material eram as pessoas.
HBH. Nosanos 60 tambémeraassim.
YÚDICE. A grandediferença é queagoraesseprojetoartísticonão é ideologizado. Nosanos 90, não se encontram nesses projetosnada de socialista, de marxista. Na realidade eram projetos neoliberais no sentidoemque a sociedadecivil assumia a função de resolverproblemassociais. E então, eraprecisoarticular os grupossociaiscom os sistemas de financiamento. Os artistas eram dinamizadores da sociedadecivil. Issoainda continua umpouco. Gruposcomo o Afro Reggae têm explorado essa idéia, atéemsuasmúsicas, o assunto é cidadania. Porquecidadania vende para as fundações. NosEstados Unidos nunca se faria um CD que falasse sobrecidadania. O rapper lánãofalasobrecidadania. Elefalaemcomoserhomem, emcomoenriquecer.
HBH. A Nega Giza aquiflagraissoquando declara que o rapamericano é "babinha music". É sóbaba, não funciona, não diz nada. Massempre existe um Eminem paradesafinar...
YÚDICE. O Eminem conseguiu entrar na mídiaporqueele tem muita repercussão, muitopúblico. Mas a maioriarealmentesófalaemterouro, mulheres. Porexemplo, o Snoop Dogg, ele tem vídeos pornográficos, commulheres mostrando suasbundas. Isso vende milhões.
HBH. Voltando ao assunto, você parece queainda defende uma estéticamenos instrumentalizada. É issomesmo?
YÚDICE.Realmenteeusempre fui muitocrítico do uso da arteparafinspráticos. Maseu acho que a essa alturaeu vou terquemudar. Já sinto que estou pensando de uma maneiradiferente. A arte vai ser usada queira euounão. A minhaidéiaagora é que a cultura seja umrecurso. E quandovocêpensaque a cultura é recurso, o únicojogoque existe é o do gerenciamento, da gestão dos recursos. É como na ecologia. Eupoderiacontinuarcom a idéia de arteparatranscendência, uma arteparafinsnão instrumentais, masmesmoassim a arte vai continuar sendo usada. Eu posso serartista "puro", masquandoeucolocarminhaarteemummuseu, estarei contribuindo comorçamento do PIB da cidade. Quando as pessoas pensam emcriarummuseu, elas justificam o museupelaarte, masessemuseu vai certamentecontribuirpara a economia da cidade. Então, queira euounão, a arte será sempreumrecurso.
HBH. E quepapel tem umintelectualhoje?
YÚDICE.Eu acho que o intelectualhoje é uma pessoaque intervém. Quanto a mim, estou trabalhando comgruposcomo o Afro Reggae, venho acompanhando o queeles fazem, masnão na qualidade de assessor. Assessorias estou dando na CostaRica e El Salvador. De uma maneiramaisunderground, porexemplo, eujá vejo a diferençaentreeu e o Canclini. O Canclini é umassessormaismacro. E eu estou trabalhando comumpé no macro e outro no micro.
HBH. E na universidade?
YÚDICE. Estou criando cursos e consegui, agoraque sou diretor dos EstudosLatinosAmericanos e do Caribe, criar uma novadisciplinaondeeu dou doiscursosquesãopré-requisitos. O primeiro é estudos de paradigmas de análise, que introduz o alunoem uma série de temas e campos de pesquisa. O segundocurso analisa a estrutura dos discursos dos DireitosHumanos, do Desenvolvimento e da Gestão. Essescursos têm a vercomCultura e Economia. É umprogramaparamestrandos.
HBH. Você está formando gestores?
YÚDICE.Claro, mas gestores e tambémcom uma perspectivacrítica. E tudofeito a partir das teorias.
HBH. Estaríamos assistindo o fim do intelectual confinado na universidade?
YÚDICE. Depende. No contextonorte-americano, esteintelectual vai continuarporque faz parte do nossoprojeto de universidade. Masseuimpactosocial é bempequeno. Eu acho que na América Latina e na Europa a intervenção do intelectual na sociedade vem aumentando. O Canclini é umexemplo. Também Otávio Getino. Ele fez o filmeA hora dos sinos,com Fernando Solanas, na década de 60. Como é cineasta, eletambém se preocupou de onde ia sair a granaparafazer o filme. Emcertomomento, ele disse: "A pessoaque faz filmetambém é empresária, tem queterorçamento, tem queempregarpessoas". Agoraele está coordenando estudos de cultura e economia. Ele é incrível, uma maravilha. Está em Buenos Aires. Ele fez grandesestudossobreindústrias culturais para a Argentina. Fez tambémumgrandeestudo da economia das indústrias culturais para o Mercosul.
HBH. A sociedade civil está diferente? Será que o neoliberalismo ajudou essas novas ações e intervenções?
YÚDICE.Quanto à sociedadecivil, acho queela está mais "onguizada". Quanto ao neoliberalismo, acho queele fez as duas coisas, ajudou e atrapalhou. Permitiu a entrada de muitomais ONGs e cooperaçãointernacional. Emalgunscasos, o Estado está quase desaparecendo dos financiamentos paratrabalhos nessas comunidades. Essesgrupos se "onguizaram", se fizeram ONG. E as ONGs têm uma maneira de operar, são monitoradas, têm estruturas burocráticas a serem seguidas, muitos papéis a serem preenchidos, requerimentos a serem encaminhados. Isso existe mesmoemgruposcomo o Afro Reggae.
HBH. Seria bom você definir mais concretamente esse seu conceito chave de "cultura como recurso".
YÚDICE. O discurso é o seguinte: culturajánão é maisarte. A arte é só a ponta do iceberg da cultura. A verdadeira cultura é a criatividadehumana. Esse é umdiscursoquejá vem desde a década de 90 e é quasehegemônico. A questão é comodinamizar essa criatividade, viabilizar, parater uma série de resultados: auto-estima, emprego, fim do racismo. E isso está muito vinculado ao trabalho das ONGs e à cooperaçãointernacional. E a cultura é o lugarondemais se manifesta essa criatividade. Então, porsuanatureza a cultura serve paraalavancar a criatividade. Essediscurso é do Blair. Nós queremos criaraquiloque existe na Inglaterra, que é incentivar as indústrias criativas. Indústriacriativa inclui além das culturais bem conhecidas: edição de livro, televisão, filme, música. Inclui todas as indústriasque precisam de criatividade, que pode serdesenho, publicidade, software, artesanato etc. Eu estou trabalhando nisso e tenho tentado introduzir essa idéiaem El Salvador, que é umgoverno de direita, e acho queeles estão gostando desse discurso.
HBH. E a questão autoria, que para mim é a questão mais fascinante desse novo momento, como fica? Até onde o mercado suporta noções como Creative Commmons, pirataria criativa ou copyleft?
YÚDICE.Copyright é paravender. O direito de cópia. E isso produz muitariqueza. Porisso, as grandesempresas estão sempre estendendo o período do copyright. Hojeemdia, com a pós-modernidade, a tecnologia e a globalização, muito do que se considera criatividade é, na realidade, purosampler, é o uso de criações alheias. Então, alguns estão propondo que é precisoumsistemaflexível, que de uma parte forneça ao autorumingresso à criaçãoalheia, masquetambém o resultado dessa novaobra volte para o domíniopúblico, para o uso de todomundo. Então é aíquecomeça uma brigaentre os interesseseconômicos.
HBH. Masfora a idéia do direito, tem também o problema da noção de autoria, de autenticidadeque é reativa a mudanças, o autor, queera o autêntico.
YÚDICE. Sabe como economista vê isso? Como você faz para ter mais autores, para criar uma Hollywood? Ou uma indústria de broadcast como em Nova York? Com uma massa crítica de criadores, sejam de cultura ou de softwares ou de indústrias criativas. O que produz lucro não é a manufatura, é a idéia. Por isso o direito sobre a propriedade.
HBH. Do ponto de vista textual, uma perspectiva de mudança como essa não tem também conseqüências no próprio fazer do autor?
YÚDICE.Eu acho quecadavez é maisevidente a organização dos criadorespor umas instânciasmaiores, superiores. Porexemplo, o produtorque mexe comartistas e vai assessorando, e quase criando o produto deles comeles. Na arte, a figuramaisimportantenão é o artista, é o curador e o diretor de museu, de bienal. Essas são as pessoasimportantes, porque o artista é umrecursoútilpara os curadores.
HBH. Como você está avaliando isso?
YÚDICE.Euaindanem sei se isso vai parafrenteouparatrás, eu sei somenteque as coisas estão mudando. E porisso o melhor é fazercomo na ecologia, com a questão da sustentabilidade. E porisso, a genteprecisaformar gestores que ajudem a encontrarpontos de equilíbrioentre os diversos participantes desse tipo de criação, na arte, literatura, cinema, dança, rituaisindígenas. Tudoissoprecisa de uma coordenaçãoparaque se promova uma sustentabilidade, paraque essas pessoasnão virem simulacros de si mesmas. Estamos num momento de industrialização e "proprietarização", mastambém de lutaemrelação ao podereconômico da criatividade. Eu acho que o materialagora é a criatividade e o jogo e a lutasãoemtorno da propriedade dessa criatividade e suaaberturapara o domíniopúblico.
HBH. Um nome para esse momento?
YÚDICE. Acho que seria a sustentabilidade cultural.
HBH. Uma previsão?
YÚDICE. Eu acho que o que vai acontecer é maior consciência e formação de negociadores e intermediários.
HBH. E em relação à idéia de cultura e literatura?
YÚDICE. Eu acho que isso os conteúdos não vão mudar muito. A grande mudança é na estrutura que não é só produtiva, mas também criativa e distributiva. Você tem que pensar em tudo isso sistemicamente: criação, produção, distribuição, domínio público.
| o sufixo 'ama' designa o sentido de coleção, aglomeração...
| cultura é o primordial objeto das nossas disciplinas de 'comunicação e cultura' e 'estudos culturais'.
| este nosso blog, portanto, não poderia ter outro nome não é?
| questionamentos, reflexões e trocas. aqui encontraremos espaço para aprofundarmos temas ligados à cultura, bem como para a publicação de nossas produções à cerca de tão ampla campo de estudos.