1.6.11

Análises do filme "Paradise Now" (2011.1)

Louise Romano Cunha

O respeito através do entendimento

O filme leva a curiosidade de entender melhor questões de outras culturas de uma maneira geral e não só o conflito explícito pelo mesmo. Ao compreender o apontamento feito em “Paradise Now”, considera-se que é preciso realmente conhecer qualquer cultura antes de julgá-la. Dessa forma haverá um real respeito pela tal.
Do próprio filme depreende-se que os homens bomba não matam
apenas pelo ato em si. E sim por acreditarem que sua morte e daqueles
a quem atingem, mudará para melhor a situação vivida naquela região.
Para isso usam sua religião como justificativa e encorajamento.

Letícia Tereza Barbosa da Silva

À primeira vista, um filme sobre a história de dois amigos que decidem cometer um atentado suicida em Tel Aviv poderia soar um pouco pertubador. E certamente o é. No entanto, “Paradise Now” vai muito além de um olhar simplista sobre a questão dos homens-bomba: ele traz para o espectador aspectos que muitas vezes ficam perdidos em uma perspectiva preconceituosa e até mesmo etnocêntrica. Ao apresentar, através detalhes muito sutis, o cotidiano de um povo oprimido, o contato e o choque entre diferentes realidades e culturas, a fé como força motriz de ações que desafiam a razão humana, o papel da mulher na estrutura social islâmica e os hábitos e costumes de um povo, o filme mostra que o embate entre palestinos e israelenses está inserido em um panorama complexo e multifacetado, no qual muitas vezes as vítimas são também os algozes.

Rita Lins de Mello Silveira

Dentre os aspectos desse filme a relação de um dos personagens cujo pai era visto como traidor de sua tradição, cultura e pátria, com a limpeza da honra de sua família a partir do fato da contribuição deste afetando os 'ocupantes' de uma região da Palestina. Convicto, ao meu ver, de que ao explodir-se em um ônibus aleatório em uma cidade de Israel, estaria contribuindo para a aproximação de sua gente ao paraíso, que no caso seria apenas uma metáfora significando condições mais dignas de vida, diferentemente da perfeição que está subentendido no termo "paraíso" com o qual fora nomeado o filme.

Vinícius Küster Machado

Ao analisar o filme Paradise Now, podemos perceber como acontecem as relações e o cotidiano de pessoas nas quais acreditamos não possuírem sentimentos ou mesmo que essas possuíam ausência de sanidade.Os homens bomba.
O Filme nos aproxima de uma realidade distante e faz com que enxerguemos a falta de perspectiva e de contatos com outras realidades que a sociedade palestina enfrenta.Fato que se mostra preocupante pois permite de forma implícita a manipulação social por meio de justificativas religiosas a problemas no qual as questões geopolíticas e econômicas falam mais alto.
Os personagens principais nos mostram que por trás de um olhar vago existe um ser pensante e é exatamente essa consciência que ao ser despertada em um dos protagonistas evita maiores transtornos em um mundo ja tão conturbado.

Bruno Ronsini

Um filme inovador, pois trata de um assunto ja banalizado pela sociedade (o conflito entre judeus e muçulmanos), mas de uma maneira nunca antes vista. Através do ponto de vista dos homens bomba, os ditos mártires, mas que no final, não passam de pessoas comuns influenciadas por um ambiente de caos e a falta de perspectivas de uma vida melhor.
A produção não toma partido. Retrata os suicidas com humanidade, mas introduz personagem que os fazem refletir, e também ao tele espectador, que após conhecer as personagens acha difícil demoniza-los por seus atos, assim como os próprios personagens encontram dificuldades em odiar o "opressor" quando os vêem de perto.

Laís Lima Yane

O filme aborda o impacto das diferenças culturais e a forma na qual lidamos com a mesma,
havendo uma discusão política em torno de Israel, na qual não se passa apenas pela cultura pois há também questões políticas, religiosas e econômicas envolvidas, e também que algumas culturas
possuem uma hegmonia maior culturalmente.
É demonstrado que o homem-bomba também possui uma família, um coração e é um ser-
humano como outro qualquer e ao mesmo tempo culpam Israel por serem como são e também por
seus destinos. Fazendo relação com a visão de Levi-Strauss, que nesse contato com os outros que
você pode relacionar sua cultura com as dos outros e dar à ela vida nova.
Percebemos também a visão pacifista da personagem Suha, que representa a visão do
Há como fazermos uma relação à ditadura, quando o personagem Said some, e os outros
preocupam-se com o fato, ao pensar que entregará todos os envolvidos através de uma tortura
sofrida, então eles precisariam fugir ou encontrá-lo o mais rápido possível.
Podemos identificar as diferenças culturais quando surge a idéia de que a mulher ainda se
encontra muito submissa e a religião é usada politicamente para convencê-los.
Fazemos relação do título que seria o modificar a realidade que está aqui agora, o paraíso
real com a frase dita pelo personagem: “Eu prefiro ter um paraíso na cabeça, do que viver nesse
inferno.” E o final do filme explodindo em sua cabeça e não na cena ilustra todo um contexto.
Concluímos então que é preciso não só respeitar a diferença mas entender como se dá o
processo de uma outra cultura.

Louise Carvalho

Muitas vezes ouvimos na mídia notícias relacionadas a homens-bomba, mas
poucas vezes paramos para pensar que possuem família e amigos como qualquer
outra pessoa. Com o filme “Paradise Now”, o diretor Hany Abu-Assad tratou desse
tema polêmico de uma forma que o público conseguiu ver diversos pontos de vista a
respeito dos atos terroristas, ao mesmo tempo deixando de ser uma obra tendenciosa.
Questões como: os motivos pelos quais homens concordam nessas ações; a reação da
família e amigos quando recebem a notícia e a respeito da opinião pessoal dos próprios
homens-bomba são abordados no filme, mostrando o lado humano e emotivo através
dos personagens Said e Khaled. É uma obra que causará impacto e reflexão mesmo
nas pessoas que nada sabem a respeito do assunto e, principalmente, naquelas com os
preconceitos já formados.

Beatriz Azevedo Medeiros

"Paradise Now" é um filme que retrata a o conflito entre judeus e muçulmanos na região de Israel. O fato do diretor ser imparcial a "qual lado escolher" ajuda à produção a ter um ponto de vista muito rico e diferente de muitas produções que vemos, ou até mesmo a ideia que a mídia impõe.
O filme visa o lado que foi um pouco esquecido, o lado dos homens bomba. O que significa para eles cumprir tal tarefa. No caso do filme, isso se torna claro, principalmente ccom a mudança de pensamento dos personagens. A alma humana sendo retrada pelo ponto de vista religioso, de honra, mérito e crítico.
Os esquemas usados nas imagens, fotografias e o roteiro também são muito bem elaborados. Tudo unido deixa-se mostrar que o público tem direito de pensar o que ele quiser. Um filme neutro e limpo.

Priscila Mana Vaz

O filme Paradise Now traz uma visão ligeiramente imparcial sobre a trajetória de vida de um homem bomba, seus conflitos e anseios. Há, nesse sentido, uma excelente oportunidade de se tentar estabelecer diálogos entre a cultura oriental (palestina) e a cultura na qual estamos inseridos. Oportunidade essa que legitima, ao meu ver, esse ato de suicídio "voluntário" cometido em algumas culturas. De maneira alguma o filme nos leva a acreditar que essa seja a maneira de resolver divergências culturais, contudo deixa para nós uma visão diferente da que é veiculada em noticiários. O filme é sem dúvida um excelente exemplo de que, apesar de haver algumas passagens onde fica clara a ideia do diretor contrária a atitude do suicídio, há com se ter um olhar de diálogo entre culturas, ao invés do lugar de censura de que todos estamos acostumados a observar as diferenças culturais.

Ana Laura Iovino

Como vimos na ultima aula, o filme Paradise Now retrata a história de dois adolescentes, Said e Khaled, que se tornam homens-bomba no contexto social árabe. Dois pontos que são relevantes a ser ressaltados são: o motivo pelo qual cada um dos jovens resolve adotar a causa; e o posicionamento da família de Said.
Começando pelo primeiro ponto, o motivo de adesão de cada um dos jovens são distintos. Khaled, no início mais determinado, decide-se tornar homem-bomba pois acredita estar fazendo justiça ao seu povo, que se encontra limitado politicamente, militarmente, etc(o que também é exibido no filme). Diferente de Said, que se preocupa mais com o status social de sua família. Filho de um colaborador, Said se preocupa mais em limpar a honra da família do que defender uma causa para o país. Com o decorrer do filme, Khaled acaba desistindo de explodir a bomba, convencido de que não valia a pena perder a vida para sustentar uma guerra, aparentemente, sem fim. Já Said decide ir até o fim, pois não aceitaria voltar para casa com a vergonha de ter desistido.
O segundo ponto importante esta ligado a visão da mãe de Said. Ao notar que seu filho está agindo de forma estranha começa a se preocupar sobre o porque dele estar assim. Então, antes de Said sair de casa ela o chama para conversar. Revelando que, para ela, não importava o que seu marido tinha feito no passado, pois foi pensando no melhor para a própria família que o fez. Porem, mesmo depois desta conversa, Said decide seguir em frente.
Além dessas visões destacadas, o filme aborda outras questões bem a fundo. Como o modo de preparação dos homens-bomba, os contraístes sócio-econômicos entre a Faixa de Gaza e Israel, a visão exterior sobre o conflito, etc. Tentando passar e aproximar, de forma imparcial, a questão dos conflitos do mundo árabe.

Gabriela Thomazini Ramos

O filme exibido em sala de aula, paradise now, à primeira vista pode parecer apenas mais um filme sobre terrorismo e homem-bomba. No entanto, com o desenrolar dos fatos, torna-se evidente o seu outro e principal viés: a humanização desses indivíduos que, seja por motivos religiosos ou de caráter pessoal, acreditam que o que fazem é bom e, principalmente, a única solução para os seus problemas. Tal cenário contraria a visão ocidental que não os vê de forma alguma como vítimas.

Gabriel Corrêa e Tatyane Larrubia

"Paradise now" é um filme que aborda a questão do Homem Bomba. Mas apesar de
esse ser um assunto frequente na mídia, o filme difere-se por ter um ponto de vista neutro.
E essa neutralidade se dá principalmente por ter um roteiro não só do ponto de vista
ocidentalista - no filme retratado pela personagem Suha - em que o homem bomba geralmente
é visto como um individuo suicida, mas também mostra o ponto de vista do próprio homem
bomba - retratado por Said e Khaled - . Não induzindo, então, o telespectador a pensar no
homem bomba como um ser automático, mas sim como de fato um ser humano, com
pensamentos, dúvidas e sentimentos. Depois de assisti-lo, é impossível não questionar os
motivos que levam alguém a explodir-se por uma causa que acredita.

O filme leva o espectador a refletir sobre a questão da pluratividade cultural e tenta
esclarecer para quem o assiste sobre o problema do etnocentrismo. Nenhuma cultura é melhor
ou pior que a outra. Apenas pensam de formas diferentes e se isso fosse então compreendido
talvez não houvesse tantas guerras e conflitos por questões culturais.

Carolina Goulart de Araujo

Ao assistir o filme Paradise Now, somos colocados sob a perspectiva da cultura islâmica – ou melhor – da cultura islâmica localizada em área de conflitos político-econômico-cultural, a Palestina. O longa permite-nos compreender um pouco sobre o pensamento dos homens-bomba visto a partir da sua sociedade, um exemplo claro do relativismo cultural.
Todavia, este modo de enfrentamento é colocado em questão pela personagem Suha, que mesmo sendo filha de um herói para os palestinos, nasceu e morou fora da região e não está imersa nesta lógica cultural. Isto posto, os personagens Said e Khaled entram em dúvida sobre a real eficácia de sua morte para mudança da realidade de seu povo.

  
Gabriela Chaves de Farias

O ponto de vista do diretor Hany Abu-Assad narra uma das percepções do conflito Israel/Palestina,
não é uma visão que tem por objetivo explicar ou justificar uma guerra, mas a ação de duas
personagens que defendem uma posição em meio ao conflito.
Os questionamentos que Kaled e Said passam durante o filme, nos fazem refletir quanto à
finalidade do homem-bomba, já que os mesmos reconhecem que a situação dificilmente mudara
com o ato suicida, mas no decorrer dos diálogos percebemos que manter a causa viva, mesmo
através da morte, significa não parar de lutar. Porem não se justifica que inocentes morram por
não se conseguir resolver diplomaticamente conflitos entre nações, e a entrada de uma terceira
personagem, Suha, defende essa questão.
Paradise Now mostra ao mundo o que os noticiários banalizaram, não sendo necessário apresentar
fielmente um atentado terrorista para isto, mas a explosão silenciosa que passa a sua mensagem.

Lucas Pinheiro

No filme Paradaise Nown se observa o impasse entre dois irmãos Khaled e Said de morrer pela resistência Palestina em ação contra Israel.Khaled acreditando que está prestes a fazer parte de algo grandioso para seu povo ,aceita participar do plano contra Israel,mas depois do fracasso da operação e dos argumentos da personagem Suha que defende a resistência de forma democrática,constataque o suicído é inutil e só aumentara os motivos de Israel de agir com repúdio contra a região da Palestina.

Já o Said,irmão de Khaled inicialmente com medo da morte,aceita a missão, com certo temor,mas depois de observar a vida que se levava do lado de Israel e ser encontrado por seu irmão e o resto da resistência é possivel observar na cena do seu monólogo que ele não vê motivo pelo qual viver em tamanha miséria imposta pelo "outro lado" fato que o leva aceitar missão,vingar a morte de seu pai,abandonar seu irmão e dessa vez concretizar o ataque suicida contra Israel.

Miguel Angelo de Lemos Piedade Bruno Marcello

O filme mostra de modo imparcial os dois lados da luta entre judeus e mulçumanos, onde no
caso do filme os mulçumanos são privados de várias liberdades por causa da dominação dos
judeus no local. Ele dá uma nova perspectiva ao espectador sobre o terrorismo relatando a vida
comum dos homens que se suicidam para mudar a realidade local.

Os protagonistas se comportam como pessoas comuns ao longo do filme, demonstrando que
são normais: tem família, medo e vontade de mudar a sua realidade. No caso, a realidade
não é nem um pouco satisfatória e por isso eles querem mudanças, e a única forma de mudar
aquela realidade, para eles, é aterrorizando o outro lado. Isso é estruturado na religião que
promete aos suicidas o paraíso, enquanto que também deixariam o paraíso na terra através
das mudanças que supostamente ocorreriam com o ato terrorista.


Newton Marins

O Filme “Paradise Now” tem como proposta apresentar a realidade dos conflitos entre
a Palestina e Israel, sob a perspectiva dos ataques suicidas cometidos pelos homens-
bomba. Partindo de uma narrativa que se compromete a ser imparcial, apresenta na
personagem Suha, nascida na França, questionamentos a estes mesmos ataques; ao
mesmo tempo, através da perspectiva de seus protagonistas – Khaled e Sahid, que se
preparam para agir no próximo ataque –, tenta humanizar a motivação por trás de tais
atos.

Um ponto interessante acerca do plot do filme é o questionamento por parte de Khaled
e Sahid, onde o primeiro, de início confiante quanto à vontade de concretizar o ataque,
passa a questionar a necessidade de fazê-lo a partir dos argumentos propostos por
Suha que, apesar de estrangeira (e claramente ocidental, culturalmente), é filha de um
grande “herói” palestino. Sahid, por outro lado, sendo filho de um colaborador (pessoa
que vendia informações aos israelenses em troca de vantagens), apesar de questionador
de início, acaba por ver no ataque a única forma de limpar o nome de sua família.

Um outro contraste interessante a ser destacado é quanto à diferença cultural entre
os dois lados da guerra: de um lado, a próspera e ocidentalizada Israel; do outros, a
fragmentada Palestina, mais tradicional e lutando contra a “colonização” de suas terras.

Bernardo da Silva Lopes

O filme “Paradise now” evidencia o conflito entre Palestinos e Israelenses, mas, ao contrário da maioria dos filmes sobre esse tema, faz uma abordagem a partir da vida dos homens bomba. Sendo assim, quebra o preconceito reforçado pela mídia “ocidental” e comum na maior parte do mundo: os homens bomba são sempre os vilões. Pois demonstra que esse suicida, antes de qualquer coisa, é uma pessoa normal, possui família, amigos e sentimentos – amor e medo –, porém opta deixar isso tudo pra trás por acreditar em uma ideologia que prega o assassinato como parte da solução e a existência do paraíso após uma morte honrada.

Esse pensamento facilmente persuade os homens palestinos pela falta de conhecimento desses; porque é legitimado por conceituados e respeitados líderes, apesar desses parecerem não acreditar no que dizem (Jamal); além disso, a maioria do povo palestino vive em péssimas condições, o que torna a opção de morrer como herói e honrar sua família mais atraente (Khaled e Said). Entretanto, o filme demonstra que embora essa idéia seja bastante difundida, não são todos que corroboram com ela, existem os que a questionam por acreditar que a justiça não pode ser verdadeira se obtida pelos mesmos meios da opressão, nesse caso se torna vingança (Suha). Com tudo isso, o filme caracteriza sua imparcialidade e apresenta a questão não de forma maniqueísta, mas de forma humana.


Natalia Caetano de Carvalho

“Paradise Now” retrata a realidade dos palestinos e dos israelenses, a visão de seus pensamentos, suas “razões”, a preparação de atentados terroristas e a forma de como acontece o convencimento para tornar-se “homem-bomba”. O filme humaniza os “homens-bomba”, nos mostrando suas açõesvistas como uma oportunidade de ser tornarem importantes como um héroi, de dar valor à suas existências à fim de resolverem as questões e obter a “paz”. Mostra uma realidade, somente nos apresentada em partes pela imprensa, onde nela não são mostrados os verdadeiros motivos, seus pensamentos, suas tradições ou o que os levaram à tal ação. Enfim, nos privam de enxergar o “lado” dos terroristas, como são chamados pela mídia.

Ándrea Queiroz da Costa

O filme “Paradise Now” aborda superficialmente a história dois homens
(Said e Klaled) que ,assim como muitos,vêem em seu destino lutar por
uma causa doando suas próprias vidas (e retirando outras) com a crença de
chegar ao paraíso acreditando na “vontade de Deus”.

A história começa a ganhar um aspecto menos dogmático quando Suha
demonstra que há outras formas de vencer essa luta e mostrando que
daquela forma pessoas estavam morrendo e nada se resolve e só piora.O
único a ser salvo pelo pelas idéias de Suha é o Klaled ,pois Said sabendo
que seu pai ajudou na causa ‘ inimiga’ ,viu na sua morte uma forma de
honrar a família.
  
Valderson Gomes Rodrigues

Paradise Now, é um filme q conta sobre o conflito existente entre palestinos e
israelenses sobre a questão da terra.Porem, conta essa historia de um modo bastante
imparcial onde o diretor não demonstra qual dos lados estaria certo.Contudo, expressa
sua opinião sobre como o conflito deve ser resolvido pela personagem Suha, que acha
que o conflito deve ser resolvido na base da conversa, e com ajuda das outras nações do
mundo.
O filme mostra de forma curiosa o conflito interno entre Said e Khaled, que foram
chamados para realizarem um atentado terrorista em Tel Aviv.Demonstrando que para
os palestinos, se você morrer matando seu “inimigo”, você ira para o paraíso.Porem
mostra também como para alguns, como Said e Khaled, essa questão de se sacrificar
num atentado n esta clara e concreta na mente do terrorista.
Concluindo, o filme mostra muito bem o conflito, as curiosidades, as crenças, as
regras etc, deste local tão diferente como o que estamos acostumados.

André Vieira Libânio

Paradise Now vem apresentar o conflito Judeus x Palestino sobre uma nova ótica. Sem
a vitimização característica das discussões sobre o assunto, o filme apresenta o outro lado dos
homens-bomba palestinos vistos, quase sempre , como vilões da história. O filme permite
desfazer a visão de “monstros” que se tem dos homens-bomba e pensar que tais
ações “terroristas” são motivadas não somente por fanatismo religioso, mas por questões
culturais, frutos de um Estado de violência, de guerra constante.
Durante o filme a questão da violência que é condenada pela personagem Suha e leva o
telespectador a pensar se a violência é realmente a melhor maneira de se resolver o problema.
Se terrorismo é a melhor maneira de se lutar contra o Estado de violência vigente. Os palestinos
lutam por se sentirem oprimidos e subjugados, como diz Khaled: “só escolhemos a amargura
quando alternativa é ainda mais amarga”. Enfim, o filme se destaca quando foge do estigma
religioso a tratar desse conflito que já se arrasta por décadas.
  
Priscila Maria Costa

Os conflitos no mundo árabe acontecidos no campo político, econômico e cultural geralmente
são representados pela arte como relato de uma sociedade que possui em seu seio a violência
como um dos principais elementos para a transformação da realidade. No entanto, o filme
Paradise now nos trás uma abordagem que está para além de um simples relato sobre a
violência entre Israel e palestinos; nos trás a reflexão sobre as possibilidades de pensar através
dos homens bombas que esperam resolver a luta pela disputa de territórios dando cabo de
suas vidas, outros caminhos possiveis na guerra, sem precisar para isso, exercer a violência.
O enrredo do drama vivido pelos personagens Suha, Khaled e Said expressa as sutilizas de
um movimento suicida em busca da conquista da liberdade e do paraíso num conflito entre
negar e afirmar a própria existência neste mundo. Khaled e Said como protagonistas na
representação dos conflitos arabe-israelense se colocam como heróis explodindo o próprio
corpo a fim de fazer o mesmo com o povo inimigo. Argumentam que essa prática é a mais
legítima e a única capaz de levar ao paraíso, já que consideram este mundo apenas como
um campo de guerra e violência para se atingir um próposito que estar sempre por vir. A
narrativa se intensifica quando a personagem Suha entre Khaled e Said questiona sobre o
posicionamento do homem bomba na guerra, critica com força a prática sucicida destes, e
também por envolverem a morte de outras pessoas. Suha em seu argumento, propõe a busca
por outras alternativas para o conflito entre os dois Estados. O que esta personagem afirma,
é a necessidade de priorizar a vida, de afirmar o mundo, a pontencialidade que o ser humano
possui aqui e agora, exercendo uma força que estar para alem da oposição vida e morte,
bem e mal. Ao conseguir sensibilizar Khaled, o filme, principalmente atravé da personagem
Suha, exprime que o paraíso se faz a todo instante, no cotidiano, no discurso, ao existir neste
mundo. Exprime a importância de não depositar esperanças, desejos de felicidade e gozo em
um mundo que não é este, mais potencializar a nossa capacidade criadora para viver o paraíso
que está a se construir agora.

Tatiana de Moraes Pinheiro

"Paradise Now" mostra a realidade do povo da Palestina; sua religião, seus costumes, seu modo de vida. Na história está presente um conflito entre religião e honra, cujos protagonistas, Khaled e Said, se propõem a servir como homens bomba, cada um baseado em suas próprias convicções. No decorrer do filme é possível perceber os diferentes pontos de vista dos personagens, incluindo os de Suha, que são de fundamental importância para as mudanças de idéias em diversos e momentos e portanto,também, para as decisões.



Hélia Oliveira

Essa semana revi o filme Paradise Now e ao mesmo tempo me veio uma música na cabeça:
Desterro – F.U.R.T.O é muito fácil se obter um julgamento em relação a terroristas palestinos,
homens bombas que parecem apenas ‘’ querer causar terror, matar pessoas inocentes e se
auto explodirem’’, porém, ao ver o filme, fica bem mais claro que essa não é a questão.

Etnocentrismo!

Oprimir, delimitar, proibir, trancafiar e dizer: VOCÊ É INFERIOR, VOCÊ MERECE ISSO! POR QUÊ?
PORQUE QUEREMOS, PORQUE SOMOS MAIS RICOS, OU SEM UM MOTIVO APARENTE. É o
senso comum, como Marx dizia: a “ideologia’’ vem do dominante e não do dominado, eles têm
um senso comum de pensamento, de classe.

Israel apreende palestinos, feito animais, são postos atrás de grades e proibidos de ultrapassar
pequenas fronteiras. Ser humano não foi feito pra viver assim, ainda mais sem ter cometido
crime. Engaiolar passarinhos acaba por fazer morrer o canto dos mesmos, cortam-lhes não só
as asas, cortam o direito de viver como passarinhos.

Problemas ideológicos/econômicos fazem seres humanos aprisionarem seres humanos...
Os oprimidos não têm outra escolha, não podem esperar que uma organização humana os
ampare, pois está ainda em processo lento, não muito se pode fazer. É preciso chamar a
atenção do mundo, das nações.

‘’E com o tempo que não combinava com o progresso, vinha como doença de dentro para
fora dos hábitos, quando ele amou tão forte como uma bola de fogo, ela, o chão e a alegria de
poder fazer mais cova em sua história”

E essa amor como uma bola de fogo é talvez o que motive os Palestinos a cruzarem fronteiras
e lutarem (da forma qual eles acham justa/digna/necessitada/precisa/um pedido de socorro,
ou de paz) pelo amor aos seus pais, ao seu país, ao orgulho de ser Palestino, lutar pela
liberdade.

“Erra quem sonha com a paz, mas sem a guerra, se existe o céu, pois existe a terra, assim
também é nessa vida real, não há o bem sem mal, nem amor sem que uma hora o ódio venha”

É fazendo guerra que eles acham que acabaram com a guerra. Por amor, morre-se de amores.
Por liberdade morre-se lutando, assim como por dignidade, orgulho, medo, coragem.

“Quem não tem medo de morrer, domina a vida’’

Matar inocentes não é justo (essa é a visão do mundo para com o conflito)

Matar, oprimir, menosprezar Palestinos, não é justo é preciso fazer algo. É então que deixo a
pergunta no ar: Que algo é esse a ser feito?

Não tomo como verdade, nem mesmo defendo os atos terroristas, mas é terror toda forma de
violência, é terror toda discriminação, é terror não ter direitos, é terror não ser livre.

Said passa todo o filme com o mesmo semblante, ele não sorri, ele não tem motivos para

sorrir... Sua motivação é honrar a família, limpar a memória do pai.

“Luta, pelo seu ideal

Força, vai adiante até o final

Voa, pra sua liberdade” – (Olha- Chicas)

Pode-se dizer que Palestinos e Israelences tem a mesma cor, a cor da violência? Talvez!

“O mundo migra e dá de cara com fronteiras
As chaves são as mesmas... Um beijo na pátria amada
Ao lado de uma bandeira queimada... Braço, é braço, braço de terra negada
Braços pulando os muros do mundo
Do futuro por emprego, braços de refugiados
Apesar de tudo, por um instante Pousam num estado de aleluia...Desterro.”
Daniel Hercules

O filme de Abu-Assad trata dos últimos momentos de vida de dois amigos de
infância, Said (Kais Nashef) e Khaled (Ali Suliman), após receberem de súbito uma
notícia que aguardavam há anos: foram escolhidos, seriam mártires.

Ao contar o cotidiano de um “homem-bomba” antes de o ser de fato, Abu-
Assad humaniza o terrorista. No começo do filme, Said e Khaled são retratados
como jovens despidos do estereótipo religioso. Logo na primeira cena com os
protagonistas, Said é questionado por um cliente sobre a qualidade de seu
trabalho, alegando que o pára-choque de seu carro encontra-se torto. Said
e Khaled tentam resolver dialogando, mostrando que o que está inclinado na
verdade é o chão, e não o pára-choque, porém o cliente mostra-se irredutível.
Então, revoltado com a injustiça sofrida, Khaled, usando uma marreta, destrói o
pára-choque: “- Pronto, agora está realmente torto”. O diretor Abu-Assad deixa
claro algo que será explorado em diversos momentos do filme, e que é seu tema
principal: a dificuldade em se estabelecer um diálogo, com ambas as partes
mostrando-se irredutíveis, negando-se a ceder o mínimo para se chegar a um
acordo. Revela também a insistência do uso da violência para resolver impasses, e
como essa postura só piora o conflito. Khaled perde o emprego.

Paradise Now retrata o conflito entre Israel e a Palestina, através da ótica
da “resistência” palestina, por aqui conhecidos como “terroristas”. Sem se ater
ao fundamentalismo religioso como única motivação para tal, retrata o “homem-
bomba” em sua essência humana, ideais, conflitos: humaniza o desumano.
Expõe diversos fatores, comumente ignorados pela mídia, que levam pessoas a
cometerem atos extremistas, não justificando por esses fatores o próprio ato em si.
Revela o quanto tais atos extremistas contribuem para o prolongamento do conflito
e expõe a convicção desses homens de que essa é a única forma de lutar e fazer o
mundo enxergar a sua causa.

Thaís Rodrigues

Esta produção palestina de 2005 enfoca o conflito que se estabelece entre a dúvida e a
necessidade, entre a defesa de uma causa e as ações planejadas. Um ponto instigante do filme é
a tortura vivida por um dos amigos que enxerga no atentado a oportunidade de superar a suposta
traição do pai à causa em contraposição a filha de um admirado líder do movimento de libertação,
uma pacifista que não percebe heroísmo nos atos do pai. O terror é a forma mais válida de obter
a liberdade ou devem ser adotados todos os meios diplomáticos possíveis? As ideologias que
permeiam cada ação, cada discurso são mecanismos sólidos para a persuasão e para a crença cega,
seja qual lado se defenda ou que conflito se engendre.
Em "Paradise Now" percebemos que as consequências da violência (física, intelectual, política) são devastadoras, refletimos sobre o
dualismo entre justiça e vingança, o papel da diplomacia diante de um cenário sufocante. Contudo,
parece evidente que o medo e a intolerância são temíveis adversários do diálogo. “Paradise Now”
é um filme pró-palestiniano, mas não é um filme pró-bombistas suicidas, nem faz a apologia do
terrorismo. “Paradise Now” providencia um contexto humano para ações desumanas.



Rávellyn Roya Guimarães Borges




O filme retrata a realidade vivida pelos palestinos em terreno de ocupação israelense, a pressão
sofrida por eles e a esperança depositada na crença de recompensa após a doação de sua
própria vida em atentados suicidas com a intenção de demonstrar resistência às tentativas
de ocupação. Tal prática tem sua iniciação na História durante a 2ª Guerra Mundial, em
1944, uma tentativa desesperada na qual o Japão lança contra a Marinha Americana pilotos
kamikases, acendendo nesses jovens o desejo de morrer em nome da pátria através de um
lema Banzai: "Antes a morte, que a rendição.”



No contexto transmitido no filme, a história não é muito diferente: "Se não podemos lutar como
iguais, morreremos como iguais". Embora os homens-bomba apresentem-se de modo cotidiano
a zona de conflito no Oriente Médio, o filme foca o comportamento humano no que tange suas
inseguranças, temores e anseios diante deste choque cultural pré-existente.
Said e Khaled não são envolvidos em assuntos políticos, nem radicais religiosos, mas quando
inquiridos comportam-se acertivamente em relação a tornarem-se adeptos e solidários a um
ataque suicida em conjunto. Said nasceu em um campo de refugiados e aos dez anos de
idade presenciou a execução do pai por ter se transformado em um colaborador do exército
israelense, portanto, morrer em nome da pátria pode significar a remissão e purificação da
honra de sua família.



Após retroceder em certo momento na decisão de dar fim a sua vida, ocorre um monólogo
que diz muito a respeito do que habita a mente de alguém que esteja disposto a perder a vida.
Segundo Said, voltar para casa é o mesmo que se manter preso, pois é melhor morrer a viver
sem dignidade, ou pior, viver sendo lembrado de suas fraquezas. "Israel convenceu o mundo
e a eles mesmos de serem vítimas das circunstâncias, embora sejam opressores e ocupantes.
Não me resta outra saída a não ser assumir meu posto de vítima, mesmo que isso me xuste
transformar-me em um assassino". Neste ponto, Said mostra-se realmente decidido em relação
a seu conflito interno e a postura de Suha é o contraponto que leva o expectador a refletir e
definir sua posição em relação ao dado assunto. Suha impõe antes de tudo a posição da mulher
contemporânea num contexto em que as mesmas não possuem voz nem vez e a partir desta
postura traduz o que o mundo pensa ou deveria pensar em relação a essa tentativa violenta
que transmite um pedido desesperado por justiça. "A partir do momento em que você mata,
não há mais diferença entre vítima e opressor". Se tais tentativas terroristas fossem eficazes,
as guerras solucionariam tudo, inclusive a fome, corrupção e desigualdade que tanto afligem
comunidades humanas, não só na Palestina, como em todo o mundo.