Desde o surgimento do conceito de adolescente, em meados do século XX, grupos juvenis se formam para contradizer o senso comum e mostrar, geralmente de forma brutal, suas personalidades. Inicialmente, encontram-se os Trads (considerados os jovens tradicionalistas) que seguiam o padrão anterior. Na mesma época, os Teds traziam uma visão despojada do padrão do jovem que já existia, culminando no surgimento de outros grupos mais revolucionários como os Mods (os jovens que simbolizavam a modernidade), os Rockers (com uma postura mais liberal) e os Skinheads (com toda a rebeldia). É interessante notar que cada grupo tem suas particularidades como formas de se vestir, estilo musical preferido e a gramática compartilhada, formada por expressões que podem ser vistas muitas vezes como um dialeto próprio.
A visão de que o jovem era desviante causava preocupação nos mais conservadores, porque era ali onde eles depositavam o futuro. Essa possibilidade do jovem agir da forma como preferisse, é uma visível reconfiguração no panorama industrial da época, a partir da entrada de pessoas cada vez mais jovens nos empregos, o que dava uma maior liberdade financeira, desencadeando na maior autonomia que cada jovem tinha entre si.
Com o passar do tempo, a ideia de adolescente foi se adequando ao modelo como conhecemos atualmente. Os adolescentes de classe média já não trabalham mais geralmente, e são sustentados por seus pais, assim como uma criança. Apesar dessa mudança, as classes em que a sociedade é subdividida permanecem as mesmas. Na classe dominante encontram-se os donos dos meios de produção; na classe subordinada, todos os dominados; dentro da classe subordinada, está a classe trabalhadora com uma pequena mudança: não são necessariamente os jovens, mas sim os pais dos mesmos; e as sub-culturas juvenis.
Hoje as pressões que o adolescente sofre são diferentes, mesmo que haja uma maior liberdade de circulação e expressão. Se antigamente os jovens eram constantemente vigiados em casa, hoje eles vivem numa espécie de sociedade disciplinar foucaultiana. Quando Foucault (1997) falou de Sociedade Disciplinar, o autor analisou uma penitenciária como controladora dos que lá estavam. Apesar do contexto ser outro e o cenário também, o adolescente de hoje é “vigiado” (e às vezes automaticamente) pelos Aparelhos Ideológicos de Estado de Althusser, ou seja, a família, a escola, a Igreja e todos os outros meios controladores.
Os adolescentes entre doze e dezoito anos mostram-se profundamente influenciados pelos seus ídolos. Toda a influência e interferência na vida dos fãs é medida pelos fazedores de tais produtos. Em geral, a música relacionada aos adolescentes dessa faixa etária, é a música Pop.
Thiago Soares caracteriza a música pop como “bubblegum music”, ou seja, música chiclete, a qual é consumida de imediato, tem um “sabor doce e agradável”, mas logo perde o gosto e seu consumo é encerrado. Além disso, ela é “diretamente associada a uma cadeia midiática em que os aspectos comerciais são mais bem evidenciados” (JANOTTI JUNIOR; SOARES; 2007. p 95).
Como artistas da Música Pop que utilizam (ou utilizaram) a virgindade como parte de construção da identidade comercial destacam-se:
Britney Spears: Após manter uma imagem de menininha pura e gritar aos quatro ventos que era virgem, Britney foi desmentida pelo ex-namorado Justin Timberlake e precisou mudar toda sua estratégia artística e comercial.
Primeira Fase de Britney x Fase atual da cantora
Sandy: Depois de anos afirmando sua virgindade, decidiu parar de falar sobre o assunto, embora manter a imagem. Não presenciou nenhum escândalo até seu casamento em 2009, consagrando a imagem de boa moça.
Jonas Brothers: Os irmãos evangélicos usam um anel para simbolizar a virgindade. São dos poucos artistas masculino que assumem a postura. O anel com um ritual é parte da doutrina da Igreja Assembleia de Deus nos Estados Unidos. A empresa que fabrica os anéis é a Lifeway Christian Resources.